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E seus olhos se abriram em meio à madrugada sombria
Sendo consumido em noite interminável,
Á espera do Sol aprisionado por sua descrença.
Uma realidade retardada que insistia em não querer avançar
Algemado a um pesadelo que eternizava junto à insônia
Um verme de vida própria que aspirava sua felicidade
E o fazia dormir de olhos abertos pra que ele não perecesse.
Seu amanhã alienado pelo que havia sido e
Encaixotado pelo que haveria de ser,
Limitava-se à cronologia cíclica de um ponteiro
Que começava pelo fim e terminava pelo começo.
Ainda às escuras fatura com a venda
Das reservas em Veneza,
Quita a demolição do imóvel e
Encaminha o aborto de seus sonhos.
(...)
Rafael Damásio